quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O que faço em dias de chuva?

É dia em que o meu amigo sol me declara guerra. 

A única coisa que vem-me á mente é ficar na cama todo o dia, aconchegada ao quentinho dos lençóis, mas como tenho de levantar-me para ir comer essa hipótese morre, porque uma vez levanta não voltou-me a deitar a não ser á noite. 

Nesses dias tenho sempre 5 alternativas. 

1º Escrevo histórias
2º Jogo nas consolas
3º Leio um livro
4º Vejo um anime ou J-drama ou um filme (de preferencia de terror)
5º Fico a olhar para o vazio. 

Normalmente escolho sempre jogar consolas, isto porque: 

Na 1ª alternativa tenho que estar motivada e inspirada (principalmente), porque senão não sai bosta,
Na 3ª alternativa só quando apetece-me,
Na 4ª alternativa fico sempre indecisa qual dos três quero ver,
Por ultimo a 5ª alternativa nem sei bem porque escrevi, talvez para ocupar espaço. 

Mas existe sempre excepções.

O que mais chateia nestes dias é querer sair e não poder, quer dizer sair posso sair, mas não o faço porque não quero ficar molhada. Penso que é nesses dias que fico mais murcha, afinal quem não fica. 

Enfim....

No final temos sempre que procurar a melhor maneira de aproveitar o dia, não é verdade? De qualquer forma a chuva será sempre a minha maior inimiga.
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O que...?


Titulo: O que...?
Autor: A.L.
Capítulos: 25/25
Categoria: Original
Géneros: Comédia
Avisos: Linguagem Imprópria
Idade: Livre
Serie:School Book Notes


Sinopse:

"O meu nome é Ruka Peace, tenho uma pergunta para vocês:
o que fariam se criassem um caderno com as perguntas mais esquisitas, e lá apresentarem as respostas mais hilariantes?"

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NOTAS:
Todas as perguntar começam sempre por "O que".
Capa não é minha.

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Capítulos:

01.O que faço em dias de chuva?
02.O que faço em dias de nevoeiro?
03.O que faço em dias de sol?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um Pequeno Mal Entendimento


Titulo: Um Pequeno Mal Entendimento
Autor: A.L.
Categoria: Original
Géneros: Comédia, Romance, Yaoi
Idade: 18+
Serie: Book With One-Shot's

Sinopse:

“O que acontece quando cometemos um pequeno erro insignificante?"

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Capitulo Único - Um Pequeno Mal Entendimento

Como odeio acordar cedo, levanto-me sempre com muita dificuldade e sonolento.
Pôs-me a caminho da casa de banho para refrescar o meu rosto ensonado, para acordar de um vez por todas.

Tomei o pequeno-almoço devagar, já que o “resmunga-o” da casa não estava. Porque quando está é sempre todo á presa o que odeio.

Enquanto comia o meu telemóvel começou a tocou, vi quem era, fiz logo cara de enterro, pois era o “resmunga-o” Ryutarou Shiroyama.

Ele é amigo de faculdade do meu irmão. Para meu azar tive de ficar em casa dele, por causa do estágio da faculdade do meu irmão.

No dia em que o meu irmão falou com ele, reprovou-me logo.

  – É só por uns meses, ele pode ajudar-te nas tarefas domesticas. – Tentando convence-lo.

  – Ok, - Suspirando. - ele pode ficar mas só porque é o teu irmão.

  – Obrigada Ryutarou, fico a dever-te esta. – Contentíssimo. – Koji – Aproximando-se de mim. – vais ter de ficar aqui durante alguns meses, com Ryutarou. – Olhei-o. – Não te preocupes ele é boa pessoa.

Não sei a onde é que o meu irmão viu a bondade nele, até agora a única “bondade” que vi dele, foi em dar-me ordens para tudo, é muito irritante mas tenho que aguentar, é só mais por uns meses.

Atendi.

  – POR QUE RAIOS É QUE DEMORAS-TE TANTO A ATENDER!!!!! – Gritando-me ao ouvido.

Meu deus quase fiquei surdo.

  – O que queres afinal?

  – Que comer um sukiyaki, ao jantar por isso vai comprar os ingredientes.

Mas que grande lata.

  – Ok, não te preocupes.

Olhei irritado para o calendário pois sabia que amanhã o “resmunga-o” fazia anos. Para dizer a verdade não tenho a mínima vontade de lhe oferecer nada.

Vesti-me para ir para a escola, lá consigo abstrair-me um pouco, bem como no meu part-time. O tempo parece que voa quando não estou em casa.

Quando acabei o meu turno foi ao supermercado, lembro-me como o meu irmão falava sempre dele positivamente. Quando anuncio-me que tinha de ir para fora por causa do estágio da faculdade, e que tinha de ficar com ele não pôs nenhuma objecção. Mas agora arrependo-me por ter ficado calado.

Em casa as luzes já estavam acesas, fiquei logo sem vontade de ir para casa. Cada passo que dava prolongava mais a caminhada. Abri a porta lá estava ele a ver TV.

  – Porque demoras-te tanto, tenho fome? – Exigindo sem olhar para mim.

Cá vamos nós outra vez.

  – Ok, tem calma vou já fazer. – Dirigindo-me á cozinha sem grande vontade.

Como tenho saudades do meu irmão. O tempo parecia que não queria passar.

  – Hum... que cheirinho já se sente bem. – Ao meu lado.

  – Mas que raio?!?!?! – Assustando-me deixando cair água a ferver em cima da mão de Ryutarou. – Desculpa-me!!! – Pegando rapidamente na mão dele pondo-lhe em água fria.

Fui buscar uma pequena ligadura e creme para queimaduras. Na cozinha Ryutarou estava sentado em uma das cadeiras.

  – Já viste o que aconteceu, por teres-me assustado. – Pondo-lhe a pomada na mão.

  – A culpa é tua, por seres um medricas de primeira categoria. – Com a bochecha poisada na palma da mão, olhando-me com algum desprezo.

Aquilo foi a ultima gota. Levantei-me quando acabei de lhe por a ligadura á volta da mão.

  – Já chega!!!! Estou farto!!!! – Com o punho fechado, irritado. – Está é a ultima vez que me tratas assim. – Virando-lhe costas. – Vou-me embora, daqui de vez.

  – Para onde vais? – Não levando-me a serio.

  – Para qualquer lado menos aqui.

No meu quarto comecei a fazer a mala com grande velocidade, na porta principal Ryutarou bloqueava a passagem com os braços cruzados.

  – Podes sair da frente? – Não encarando-o.

  – E se eu não o fizer, o que fazes? – Com tom desafiante.

  – Irei tirar-te á força. – Determinado.

O riso dele deixou-me ainda mais determinado. Tentei afasta-lo da porta, com toda as minhas forças, apenas movi-o escassos centímetros.

  – É só isso que consegues fazer. – Rindo-se.

Sentei-me na entrada porque sabia que não ia para nenhum lado.

  – Afinal diz o porquê de tratas-me assim? Que eu saiba nunca te fiz mal nenhum. – Olhando para ele.

Nada disse apenas olhava-me com olhar profundo. Foi nesse instante que investi outra vez nele, agora com mais efeito. O que não contava é que Ryutarou investi-se contra mim. Prendendo-me os dois pulsos ao chão da casa, ficando sobre mim a olhar-me fixamente.

  – Solta-me. – Tentando.

  – Ainda não compreendes-te.

  – Do que estás a falar? – Não percebendo.

Nesse momento os lábios de Ryutarou envolvem os meus, surpreendendo-me. O beijo dele era tão profundo, que me deixei levar pelo momento.

  – Eu gosto de ti Koji. – Deixando-me um pouco ofegante.

Ele gosta de mim? Mas como? Sempre pensei que me odeia-se, por causa da maneira como tratava-me.

  – Não me odeias? – Disse num tom baixo.

  – A onde tiras-te essa ideia? – Soltando-me.

Agora é que não estou aperceber nada.

  – A onde tirei?!- Olhando feito parvo.

  – Sim – Sentando-se ao meu lado.

  – Hum.... – Á procura de uma resposta melhor.

Ryutarou suspira desiludido, sentando-se no soalho de madeira ao meu lado.

  – Lembras-te do dia em que conhecemo-nos em casa do teu irmão?

  – Sim, mas o que tem? – Não chegando lá, sentando-me também no soalho.

  – Eu tive logo um fraquinho por ti. – Um pouco envergonhado, desviando o olhar.

Como é possível que este homem fique tão fofo envergonhado.

  – Eu era para ter dito-te nesse dia se querias sair comigo, mas por sem queres eu ouvi-te falar, com alguém. Disseste não gostava de homem muito meigos nem muito passivos, por isso é que mudei a minha maneira de ser contigo.

Fiquei boquiaberto, com a explicação dele.

  – Percebes-te todo mal Ryutarou.- Aproximando-me dele. – Aquilo que ouvis-te foi um dialgo de uma fic minha. – Explicando-lhe.

  – De uma Fic tua? – Surpreendido.

  – Sim, eu quando estou escrevo histórias tenho a mania de falar alto quando faço os diálogos das personagens.

Ryutarou não sabe o que responder apenas põe a mão no rosto e começa a rir-se.

 – Desculpa-me se criei alguma confusão na tua cabeça, não era a minha intenção. – Sorrindo-me.

Ryutarou abraça-me com força.

  – Quando o teu irmão disse que vinhas para cá fiquei super contente, porque era a minha oportunidade de ficar junto a ti. – Num tom reconfortante. – Quando vi-te determinado a ires-te embora, não sabia o que fazer para impedir-te.

Nesse momento abracei Ryutarou tranquilizando-o. Esta confusão toda por causa da minha boca grande.

Ryutarou beijar-me outra vez nos lábios, passando para o meu pescoço, com toque suave, deita-me no chão continuou a beijar-me ao longo do meu corpo. Soltava pequenos gemidos nas zonas mais sensíveis por onde Ryutarou tocava-me.

 – Espera Ryutarou. – Parando-o um pouco preocupado.

  – Não te preocupes, Koji, eu serei gentil. – Sussurrando-me ao ouvido.

Esta foi a minha primeira vez, não sei descrever o conjunto de emoções que senti naquele momento foi algo incrível que nunca esquecerei.

Na manhã seguinte acordei em na cama dele, Ryutarou já não se encontrava lá, senti um leve cheiro a comida. Desci até á cozinha.

  – Bom dia Koji. – Sentado á mesa.

Fiquei espantado, pela variedade de comida que havia em cima da mesa.

  – Foste que fizeste isto todo?

  – Sim, achavas que eras o único a saber cozinhar? – Sorrindo-se.

De repente lembrei-me que com todo isto esqueci-me de lhe comprar um presente de aniversario.

  – O que se passa por que estás tão agitado? – Intrigado.

  – Ainda perguntas, sabes que dia é hoje?

  – Sim dia 19 de Novembro.

Fiquei um pouco desiludido com a resposta vaga dele.

  – Hoje é teu aniversario. – Explicando-lhe. - e ainda não comprei-te nada. – Voltando-me de costas para ele.

Ryutarou abraça-me pelas costas rindo-se baixinho.

  – Não te preocupes com isso, a tua presença já é um grande presente para mim.

Fiquei todo vermelho que nem um tomate. Reparei que a ligadura da mão dele estava a sair.

  – A ligadura?!

Este observou-a.

  – Senta-te ai que eu vou buscar uma nova.

Trouxe para a cozinha o estojo de primeiros socorro, Ryutarou dá-me a mão dele, para fazer-lhe o curativo, vi que queimadura sarava bem.

  – Mais uns dia, e a tua mão fica nova outra vez. – Sorrindo-me.

  – Obrigada. – Num tom profundo.

È a primeira vez que ele agradece-me. Agora sim este é Ryutarou de que o meu irmão falava-me sempre.

  – De nada. – Corando. – Estás pronto. – Acabando.

Ryutarou continuou a comer o pequeno almoço, enquanto fui ao quarto. Lembrei-me que na minha mala tinha um cachecol em tons escuros, nunca gostei muito dele por ser escuro. Peguei nele e achei que seria ideal para o Ryutarou já que adora roupa escura. Improvisei um embrulho que lá tinha e fui ter com ele.

  – Ryutarou, toma isto é para ti. – Entregando o embrulho.

  – Eu não te tinha dito que não era preciso. - Hesitante.

 – Mas aceita, por favor.

  – Se insistes... – Pegando nele.

Abriu o embrulho esboçando um sorriso.

  – Era para tê-lo deitado fora, mas eu nunca mais lembrei-me dele até hoje. Eu sei que gostas de tons escuros, foi por isso que ofereci-te.

  – Adorei, obrigada. – Levantando-se da cadeira envolvendo-me nos braços dele.

  – Parabéns Ryutarou.

Talvez agora os dias não custem tanto a passar como dantes.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A Litter Sorrow


Titulo: A Litter Sorrow
Autor: A.L.
Categoria: Original
Géneros: Drama, DeathFic
Avisos: Mutilação, Tortura, Violência
Idade: 18+
Serie: Book With One-Shot's

Sinopse:

“Por vezes a morte é o único caminho que encontramos para saciar nossos sofrimentos.”

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Capitulo Único - A Litter Sorrow

O nome dela é Kayuka Wigura uma jovem rapariga de 17 anos de cabelo médio de cor castanho escuro, encontra-se no segundo ano da secundaria. Desde sempre foi vitima de bulling por parte dos colegas dela e em casa seus pais só discutiam por causa de trabalho ou dinheiro, quase ou nunca davam atenção a ela, as únicas vezes que faziam era quando tirava más notas na escola ou quando chegava atrasada a casa para comer. Nunca ouve nenhuma vez que lhe dissessem o quando tinham orgulho nela.

Hoje é mais um dia igual a todos os outros para Kayuka.

  – Mais um dia que acordo para este mundo cruel. - Toda encolhida na cama dela.

Na escola o cenário nunca muda, Ai uma das raparigas mais populares da escola mete-se sempre com ela, insultando-a e agredindo-a fisicamente, bem como as amigas dela. O seu único sito de conforto que tem é no terraço da escola, raramente aparece alguém por lá, porque dizem que está assombrado.

 – Como a brisa da tarde é agradável aqui, o silencio é muito reconfortante - Sorrindo-se com uma leve tristeza.

Kayuka ouve um latido.

  – Então, como vais Bu? – Sorrindo-se.

Bu é um pequeno cachorro de tons amarelado, que vive no terraço da escola. Foi num dia chuva que Kayuka o encontrou embrulhado numa mantinha, abandonado numa pequena caixa de cartão. Até á data é o único amigo dela.

  – Tu serás sempre o meu melhor amigo. - Aconchegando-o ao peito dela.

Kayuka pensava que era a única a saber da existência de Bu, mas alguem a olhava-a com malícia.

  – Amanhã trago-te um brinquedo novo. – Olhando para ele.

Kayuka gostaria de ficar assim para sempre, como adoraria poder parar o tempo todas as vezes que ia até ao terraço.

  – Gostava de ficar mais tempo contigo Bu, mas tenho de voltar a casa. – Com alguma tristeza.

Antes de se ir embora aconchegou Bu á mantinha dele pondo-o na caixa de cartão, despedindo-se com beijo na testa.

Em casa o cenário era sempre o mesmo, as discussões começavam sempre por algo insignificante, tomando proporções grandes, é nessas alturas que Kayuka vai para seu quarto deitar-se na cama, tapando os ouvidos á espera que acabe.

  – Não aguento mais isto. – Com as lágrimas a escorrera-lhe pelo rosto abaixo.

Muitas vezes acabava por adormecer ainda com as lágrimas a escorem-lhe do rosto.

Mais outro dia que começa outra vez, para Kayuka. Tomou o pequeno almoço com os pais, antes de sair pôs o brinquedo novo dentro da mochila, que encontrara no lixo praticamente novo, para o Bu.

Ao chegar todos os alunos olhavam-na rindo-se na cara dela, bem como murmuravam. Ai foi ter com ela, com ar intimador.

  – Ei, ó esquisita!!!

  – Sim? – Olhando-a.

  – Esqueces-te de ontem disto. – Mostrando a coleira a Bu ensanguentada.

  – Isso é !? – Espantada. – A onde encontras-te? – Num tom serio.

  – No terraço aonde querias que fosse? – Rindo-se.

  – O que lhe fizeste? – Levantando-lhe a voz.

  – Ó esquisita vê como me falas. – Agarrando-lhe o cabelo. – Vê-la se não quereres receber o mesmo tratamento que aquele cão idiota teve.

As amigas da rapariga popular começaram-se a riam-se bem como toda agente que se encontrava no corredor.

A única coisa que Kayuka fez após se soltar da mão de Ai, foi correr em direcção ao terraço. Lá viu o pior dos cenários que alguma vez tinha imaginado. Uma enorme poça de sangue que rodeava Bu, ao aproximar-se do pequeno nota que o crânio dele está aberto, bem como um pouco desfeito devido á pancada que teve. A única coisa que fez foi pegar nele aconchegando-o ao seu peito com as lágrimas a escorrem-lhe pelo rosto.

  – Não pode ser verdade. Bu? – Mexendo-lhe nele com gentileza, para ver se ele mexia, mas sem efeito. – NÃO AGUENTO MAIS ISTO!!!!! – Gritando bem alto.

Kayuka envolvei-o na mantinha dele pondo na caixinha, ao lado dela. Olhou toda a tarde para o horizonte com olhar vazio.


  – Eras o único que ainda mantia-me aqui neste mundo. – Olhando para ele muito entristecida.

Escondeu o rosto entre as suas pernas. Passado algum tempo sente uma leve brisa fria que lhe deu um arrepiou. Olha para horizonte, vê uma rapariga de cabelos longos de cor preta sentada na torre de água a olhar o horizonte.

Achou estranho como a rapariga já lá estava.


  – Como a paisagem do entardecer é linda vista daqui. – Diz a rapariga de cabelos longos, olhando para ela.

Kayuka olha-lhe com um olhar irritado.

 – Já não chega o que tiraram-me, o que querem mais de mim? – Gritando-lhe.

A rapariga de cabelos longos desce da torre aproximando-se de Kayuka com os olhos semicerrados.

Kayuka por algum motivo começou a chorar outra vez.

  – Tenho estado a observar-te. – Pondo a mão no seu ombro. – Eu apenas estou aqui por tua causa.

  – Por minha causa?! – Intrigada.

  – Sim. – Sorrindo-se. – Diz-me o que vais fazer agora?

Kayuka pensou algum tempo antes de dar uma resposta concreta.

  – Não tenho a certeza, mas a única coisa que sei é que já não há nada que me prenda aqui. – Olhando para Bu.

  – Eu sei que os teus maiores desejos é ser livre e vingar-te das pessoas que te magoam.

 – Como sabes isso? – Surpreendida.

  – Como eu te disse eu estou aqui por tua causa, nada mais.

  – Sim é verdade o que dizes, gostava de poder concretizar esses dois desejos.

A rapariga de cabelos longos sorri-se.

  – Eu posso realizar os teus desejos, mas só há um senão.

  – Qual?

  – Em troca, quero algo que valha o mesmo que a tua vida.

Kayuka pensou um pouco mas não por muito tempo.

  – Aceito, afinal já não tenho nada a perder.

  – Muito bem tens cinco desejos para usar, mas atenção no ultimo desejo pensa bem, no que vais desejas.

  – No ultimo desejo?

  – Sim, é um conselho que deu-te. – Num tom serio.

A rapariga agarra-lhe o antebraço esquerdo, deslizando o a sua mão sobre ele.

  – Amanhã já poderás usar.

  – Ok. Obrigada penso eu.

A rapariga de cabelos longos nada disse apenas viu partir Kayuka com a pequena caixa de cartão.

Olhava para o horizonte com os olhos semicerrados.

 – Não te preocupes, ela saíra-se bem, já á muito tempo que ela chamava-me, apenas foi uma questão de tempo para nos encontramo-nos. Afinal eras o único suporte que ainda mantida aqui. – Sorrindo-se para o pequeno vulto.

Kayuka faz um pequeno funeral a Bu enterrando-o ao pé num pequeno monte junto a uma flor de cerejeira.

  – Descansa em paz meu amigo. – Fazendo uma pequena oração.

Em casa o espectáculo começara, e Kayuka vai para quarto, aproxima-se da janela olhando para lá fora.

  – Amanhã será tudo diferente. – Com olhar serio.

Deitou-se na cama, adormecendo rapidamente.

O sol clareia o quarto de Kayuka, acordando-a, após de comer arranja-se para ir para a escola.

Quando chega como todos os dias, é agredida por um dos rapazes presentes.

  – Vão se arrepender! – Num tom firme.

  – Ai sim?! E o que vais fazer? Bater-nos? – Rindo-se.

  – Eu desejo que todos os presentes sintam na pele o que me fazem a mim todos os dias! – Num tom alto.

Nesse instante Kayuka sente um corte no antebraço esquerdo dela.

  – O que se está a passar aqui? – Num tom medroso.

Cada um dos alunos começa apega num objecto involuntariamente, começando a investir uns contra os outros atacando sem impiedade. No final o cenário era macabro, havia sangue por tudo o lado, uns tinham crânios abertos, outros braços e pernas partidas, muitos deles tinha os rostos mutilados quase irreconhecíveis.

  – O que fizeste? – Diz um dos sobreviventes horrorizado pela cena.

Kayuka passa por ele mostrando-lhe desprezo total.

No terraço ela observou com mais pormenor o antebraço esquerdo apresentava uma pequena cicatriz, suspirou olhando para o horizonte.

Antes de ir para casa quis ir á casa de banho para lavar o rosto.

  – Olha, olha quem temos aqui... – Num tom malicioso.

  – O que queres Ai? Já não chega o que me fizeste? – Irritada.

  – Acho que ainda não chega. – Aproximando-se dela. – A única maneira de saciar-me é desapareceres. – Agarrando-o o braço com força.

Ai retira do seu bolso uma navalha, com movimento rápido faz um golpe no braço de Kayuka.

  – Prendem-na. – Ordenado ás duas amigas.

Kayuka bem tentava soltar-se, mas em vão.

  – Não te preocupes serei gentil contigo. – Passando língua na lâmina ensanguentada.

Nesse momento Kayuka olha-a com olhar neutro, o que a faz ficar irritada.

  – Não me olhes com esses olhos!!!! – Dando-lhe uma chapada.

  – Diz-me e se fores tu a ficar no meu lugar? – Num tom serio.

  – O que dizes? – Não percebendo.

  – Eu desejo que sofras nas tuas próprias mãos. 

Nesse instante Ai troca de o lugar com Kayuka. Há frente de Ai encontrava-se outro “eu” dela, apontando a navalha a si. Kayuka sente outra vez um corte no seu antebraço.

  – O que fizeste sua vaca?!!! – Apavorada.

  – Eu nada, tu é que fizeste a ti própria.

  – Soltem-me, estão ouvir-me. – Olhando para as suas amigas.

  – É inútil tu agora estas na minha pele.

O olhar de pavor de Ai não afectava minimamente Kayuka. Ai é mutilada varias vezes pelo seu próprio “eu”, cada grito que dava mais sangue se espalhava pelas paredes e chão da casa de banho.

No final as duas amigas dela ficaram aterrorizada, ao olharem para o corpo de Ai todo mutilada.

  – Ai!!!!! – Tocando-lhe no rosto inanimado.

Kayuka vai-se embora, olhando o antebraço, apresentava mais um a cicatriz que se aproximava-se mais do pulso dela.

Ao sair da escola foi visitar Bu, fez uma pequena oração. Lá ouvi-o alguém a soluçar, era um rapaz de cabelo curto de cor ruivo escuro, vestia tons de preto.

  – Estás bem? – Pondo a sua mão no ombro.

O rapaz olhou para ela, mas deu-lhe um pouco de desprezo. Kayuka conhecia bem aquela reacção de desconfiança.

  – Conheço muito bem esse reação. – Sentando-se ao seu lado. – É de quando alguém nós dá a mão e ficamos receosos das suas intenções.

O rapaz olha para Kayuka, espantado.

  – Sim é verdade. – Falou por fim.

  – Eu sou Kayuka e tu?

  – Yoshi. – Com um sorriso.

  – Este era o sitio favorito de Bu. – Com alguma tristeza.

  - Bu?

  - O meu amigo de quatro patas.

  – O que aconteceu-lhe? – Intrigado.

  – Os alunos da minha escola, mataram-no. – Expressando ira.

  – Mas que cruéis.

  – Só o fizeram porque não gostam de mim.

Kayuka fez silencio por algum bocado.

  – E tu o que fazes por aqui?

  – Nada de mais, apenas tento sobreviver o dia a dia neste mundo cruel. – Olhando para horizonte. – A única coisa que ainda me mantém aqui preso a este mundo é a minha irmã mais nova apesar de estar internada no hospital. – Dando um pequeno sorriso amargo.

Foi nesse momento que Kayuka começou a pensar seriamente.

  – Amanhã vens para aqui? – Diz Yoshi.

  – Talvez, logo vejo. – Levantando-se, sorridente.

  – Por mim é indiferente, eu estou sempre aqui.

A rapariga de cabelos longos observava em cima de um poste.

  – Parece que já decidiu-se. – Com os olhos semicerrados.

Nessa noite Kayuka teve um sonho, via Yoshi em lágrimas com sua irmã inanimada ao colo, os dois saltaram do terraço do hospital, Kayuka ainda tentou impedi-lo, mas sem muito efeito a única coisa que viu, foi os dois corpos inanimados numa enorme poça de sangue, todos deformados de vido ao impacto.

Kayuka acorda sobre saltada toda suada, olhou o relógio já não faltava muito para levantar-se, por isso tomou um duche para refrescar-se, mais tarde tomou o pequeno-almoço e foi para a escola.

Na entrada uma multidão fazia rodianha á volta de do placar das novidades, aproxima-se lentamente, lá leu o slogan em destaque.


“JOVENS ESTUDANTES ACABAM NO MANICONIO APÓS TEREM ASSISTIDO A MORTE DOS SEUS COLEGAS”


  – Como é que todos de uma só vez foram parar ao manicómio? – Diz uma rapariga.

  – Não sei, mas pelo o que os peritos dizem, eles ficaram com medo de tudo e de todos. – Diz um rapaz.

  – As amigas de Ai foram umas dessas raparigas, não foi? – A rapariga, curiosa.

  – Sim, elas disseram que agora não se conseguem ver-se ao espelho, pois vem-lhe sempre á lembrança de Ai mutilada. E muito deles foram encontrados mortos nos seus próprios quartos.

  – Só á uma coisa que não percebo, como é que ocorreu estás morte e o que levou a isso? – Diz a rapariga intrigada.

  – Pelo que ouvi a policia diz que as mortes foram feitas pelos mesmo, e em relação aos suicídios ainda estão a apurar factos. – Diz o rapaz.

  – Isso é um pouco intrigante – Diz a rapariga.

  – É que ouvi...

Kayuka vai-se embora do sitio. No corredor vai a pensar no sonho que teve, e esbarra contra alguém.

  – Desculpa, para a próxima vou ter mais cuidado. – Desculpando-se.

  – Espero bem que sim. – Diz uma voz masculina com um tom serio.

Kayuka olha-o era nada mais nada menos que Kazuwa, a primeira paixão dela que tivera no primeiro ano, esta quando se declarou a ele, humilho-a em publico de tal forma que nunca mais quis saber de amores ou paixões.

  – Kazuwa!!!

  – A tua presença estragou-me a minha beleza. – Num tom zangado.

Kazuwa é conhecido na escola como “o” top model, pois a beleza física para ele é sagrada, emboneca-se sempre a todos os segundos e minutos. Aqueles que não são aprovados por ele, ignora-os praticamente, como ela.

Kayuka ainda hoje pergunta-se a si própria, como fora apaixonar-se pelo tipo daqueles.

  – Ainda te lembres do dia em que foste humilhada. – Num tom malicioso.

Para além de Kayuka, houve muitas mais raparigas que sofreram com ele, não bastaria dizer apenas “desculpa, mas não vai dar” ou então “Não desanimes tenho a certeza que um dia encontraras a tua cara metade” ao invés de humilha-las.


  – Diz-me uma coisa, o que te faz mais que os outros? A tua beleza? – Diz Kayuka num tom serio.

  – Sim é a minha beleza que faz-me mais do que os outros. – Rindo-se.

  – Sendo assim gostaria ver-te, menos bonito. – Sorrindo-se.

  – Menos bonito?! O que estás para ai dizer? – Não levando muito a serio.

  – Logo verás, desejo que sintas na pele o que é ser humilhado.

Kayuka voltou a sentir outra vez o corte no antebraço, mas desta vez a dor foi um pouco mais intensa.

Os amigos de Kazuwa ficaram sem reacção.

  – Kazuwa o teu rosto.

  – O que se passa? – Intrigado.

Foi logo a correr para casa de banho para olhar-se no espelho.

  – Não pode ser, isto não é verdade!!!! – Em pânico.

O que Kazuwa via á sua frente não era ele, mas sim outra pessoa desfigurada, a onde tinha o cabelo liso dele, agora estava careca, a linda boca dele, deu lugar a uma boca torta com dentes desnivelados, a única coisa que não alterou-se foi os olhos azuis. Kazuwa saio disparado correndo pelo corredor, onde é humilhado constantemente pelas raparigas que humilhou.

  – O que me fizeste? – Encolhei-se, escondendo o seu rosto.

  – Eu não fiz nada, eu apenas expôs o teu verdadeiro “eu”, nada mais.

Kayuka lembra-se que no primeiro ano Kazuwa faltava constantemente, os colegas dele diziam que ele gastou milhões de yens em cirurgias plásticas.

  – Dá próxima vez que humilhares alguém lembra-te de como eras antes das cirurgias plásticas. – Voltando-lhe costas.

Kazuwa nada disse.

Ao pé da flor de cerejeira a onde Bu fora enterrado Yoshi encontrava-se lá tudo encolhido.

  – Olá Yoshi, tudo bem? – Sentado-se ao pé dele.

  – Não muito bem, na verdade. – Com ar triste.

  – O que aconteceu? – Intrigada.

  – A minha irmã teve uma recaída, e agora encontra-se nos cuidados intensivos.

Kayuka automaticamente lembra-se do sonho que teve.

  – Os meus pais não querem saber dela dizem que é muito dispendiosa. – Num tom irritado. – Eu sou o único que se preocupa com ela de verdade mais ninguém. Se ela morrer eu não sei o que será de mim. – Com os olhos semicerrados.

  – Não te preocupes tenho a certeza de que ela vai recuperar bem. – Diz Kayuka confiante.

  – Espero que tenhas razão. – Sorrindo-lhe.

Yoshi começou a contar as suas pequenas e grandes aventuras com a irmã dele, bem como Kayuka com Bu. A tarde já caminhava para fim dando lugar ao anoitecer.

 – Tenho de ir, já esta a ficar tarde.

  – Ok, até amanhã. – Sorrindo-se.

Kayuka pensou logo que talvez para ela não ouve-se amanhã, mas de qualquer forma ela despede-se de Yoshi com um sorriso nos lábios.

A caminho de casa está olha para o céu estrelado, muito pensativa.

Em casa os pais dela começaram a discutir mais uma vez.

  – Já chega!!! – Enfrentando-os.

Os dois olham-na surpreendidos.

  – Desejo que vocês sofram e oiçam, o que sofri quando vocês os dois começavam a discutir todos os dias.

A dor do corte no antebraço, faz que Kayuka gema um pouco.

Na sala de estar os pais dela começaram a ouvir repetidamente as suas vozes, num ciclo vicioso.

  – Kayuka, faz alguma coisa!!! – Diz sua mãe com as mãos nos ouvidos.

Nesse momento Kayuka começa-se a sentir muito cansada, olha para manga do seu uniforme, estava encharcada em sangue, Kayuka desfalece, fazendo que o desejo dela acaba-se, os país dela socorrem-na.

  – O momento chegou. – Diz a rapariga de cabelos longos levantando-se do topo da torre de Tokio.

Kayuka acorda passado um bocado, já não estava em casa mas no terraço do hospital.

  – Vejo que já acordar-te. – Diz a rapariga de cabelos longos sorrindo-se para ela.

  – O que aconteceu? – Confusa.

  – Lembras-te do que eu te disse quando chegasses ao ultimo desejo? – Pondo-se de bruços.

 – Sim, para refletir no que iria desejar. – Aproximando-se dela.

  – Sim é verdade. Vem comigo quero amostrar-te algo. – Agarrando-lhe pelo braço, puxando-a para baixo.

Kayuka fecha os olhos com medo.

  – Aqui estamos.

Ao abrir vê os país dela ao lado do seu outro “eu” muito preocupados.

  – Kayuka eu não contei-te tudo, acerca dos cinco desejos. – A olhar para ela. – No ultimo desejo é o desfecho de tudo. – Num tom serio. – Tu serás a única a decidir que desfecho quererás, por isso vou dar-te tempo para pensares.

Kayuka reflete um pouco.

  – Diz-me se eu decidir viver qual será o meu futuro? – Num tom serio.

  – A isso não te sei responder.

  – Compreendo. – Olhado para chão. – De qualquer forma já faz algum tempo que fiz a minha decisão.

  – Basta dizeres.

  – Desejo que Yoshi e sua irmã conheçam o que carinho de uma família e tenham uma vida melhor.

Após Kayuka citar o desejo dela, um ultimo golpe aparece no pulso na sua outra “eu”, os pais dela chamam por um médico, porque estava a esvaíra-se em sangue. A confusão estalava-se no quarto.

  – Pode-mos ir. – Voltando costas.

  – Ok.

No terraço a rapariga de cabelos longos observava a pequena esfera que tinha na mão.

  – O que isso que tens na mão? – Intrigada.

  – É a tua alma.

  – Minha alma?!

  – Sim a tua alma, ela vale tanto como a tua vida. – Sorrindo. - É um bem precioso.

Kayuka lembra-se logo do que dissera naquele dia que se conheceram.

  – Diz-me porque não escolhes-te viver? – Diz a rapariga intrigada.

  – Podes achar-me mal o que vou dizer, mas...- Fazendo uma pausa. – Quando era viva nunca ninguém quis saber de mim, agora é a vez deles sofrem e de pesar na consciência o que fizeram. – Num tom serio. – Achas que podias fazer-me um favor?

A rapariga de cabelos longos responde-lhe afirmamente com a cabeça.

  – Podias deixar uma leve recordação de mim a Yoshi, eu não quero que sofra com a minha morte.

  – Claro.

  – Fico feliz por ter conseguido responder ao chamamento dele. – Contente por o seu sonho não ter-se realizado. – No meu caso tu foste a única a ouvir-me. – Olhando para ela. – Muitas vezes chama-mos por alguém, mas nem sempre ouvem-nos e é quando tu apareces.

A rapariga de cabelos longos nada disse apenas ouviu-a.

  – Suponho que esteja na hora, não? – Olhando para o horizonte.

  – Acho que ainda não?!

  – Como assim?

  – Há aqui um amigo teu á tua espera. – Diz a rapariga de cabelos longos desvendando o mistério.

  – BU!!! – Felicíssima. – Meu amigo. – Aconchegando ao seu peito. - Agora sim, sinto-me completa. – Sorrindo-se para Bu.

Kayuka pela primeira vez na vida que sentia-se tranquila.

  – Agora sou livre.

Os dois desaparecem no horizonte. A rapariga de cabelos longos vai ter Yoshi aonde dormia ao lado da irmã dele. Passo-lhe a mão devagar pela testa dele, recriando pequenas lembranças de Kayuka.

  – Deve ser o suficiente. – Indo-se embora.

No topo da torre de Tokio ela senta-se á escuta passivamente, á espera que alguém a chama-se de novo.

“Por vezes a morte é o único caminho que encontramos para saciar os nossos sofrimentos.”

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