Titulo: Never Too Late To Start Over
Categoria: Original
Géneros: Drama, Romance, Tragédia, Yaoi
Idade: Livre
Serie: Book With One-Shot's
Sinopse:
"Nunca é tarde para recomeçar de novo, apenas temos
de deixar ir aqueles que já há muito partiram."
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Capitulo Único - Never Too Late To Start Over
Mais
um dia banhado pela chuva. Encontrava-me na sala de aula, aonde o
professor explicava a matéria, sem muito interesse na minha opinião.
Não é que odiasse a disciplina pelo contrario até é a minha
disciplina favorita, ou melhor dizendo era a minha disciplina
favorita.
Sem a presença
dele aqui, os meus
dias tornaram-se como o dia de hoje chuvoso e acinzentado sem cor
alguma.
O toque para almoçar já se
ouvia pela escola toda. Na cantina almoçava sozinho, por vezes
olhava para o meu lado direito, era onde ele
costumava-se sentar comigo fazendo-me companhia, contando-me algumas
piadas ou novidades.
Depois das aulas acabarem
costumava-mos apanhar o comboio juntos, já que morávamos no mesmo
bairro, era o nosso sitio favorito porque a extensa multidão
cobria-nos, e assim podíamos estar de mãos dadas até que o comboio
chega-se, mas agora apenas o que sinto na minha mão é um ligeiro
vazio.
Conhecemo-nos no nosso
primeiro ano da secundária, nesse mesmo dia partilhei com ele
o livro de leitura já que tinha esquecido do meu em casa. O que mais
saltou-me mais á vista em relação a ele
foi o sorriso dele,
era como de um anjo. Notei isso quando ele salvou-me de ser buliado
pelos alunos mais velhos. Foi na enfermaria ao
cuidar dele que
comecei ter aquela sensação estranha, em que o meu coração batia
aceleradamente, ainda demorei algum tempo a mentalizar-me que estava
apaixonado por ele.
Já para não dizer que levei alguns meses a declara-me a ele,
pois não sabia ao certo se ele
sentia a mesma coisa por mim.
Houve uma ocasião que nós
fomos visitar o planetário para ver as estrelas no céu estrelado da
noite, nessa noite vimos uma estrela cadente. Eu estava fascinado com
todo isto, ele
sabia bem que adorava astronomia pois tinha partilhado isso com ele.
Não sabia descrever a máxima felicidade que tinha. Sentamo-nos num
dos bancos a comer uma sandes e no meio do nada ele
declara-se a mim com a maior naturalidade do mundo, o que fez
engasgar-me porque apanhou-me de surpresa.
Ele
poisou mão dele
em cima da minha agarrando-a firmemente. Eu apenas sorri-me, e
contei-lhe que já alguns meses tinha sentimentos por ele,
a única coisa que fez foi dar-me o sorriso angelical dele.
Nessa noite dê-mos o nosso
primeiro beijo sobre o seu estrelado, foi algo magico. Hoje ainda
lembro-me daquela sensação maravilhosa como se tivesse sido ontem,
quando a minha mente está vazia de pensamentos.
Na estação de comboios
quando encaminhava lembrei da nossa primeira zanga que tivemos, para
dizer a verdade a maior parte delas foi por causa dos meus ciúmes
estúpidos, isto por causa das raparigas á volta dele.
Houve uma vez que apanhei uma das raparigas a beija-lo, o que
irritou-me profundamente, dessa vez íamos quase acabando, mas ele
de alguma forma consegui-o dar a volta.
Agora que penso nisso foi uma
estupidez ter-me irritado daquele maneira por algo tão
insignificante, porque agora sem ti aqui aquelas discussões já não
têm muito significado. Lembro-me de como gostavas de levar-me a
vários sítios, mas principalmente o que adorava mais nessas saídas
era a tua cultura geral e de como explicavas ao pormenor as coisas
com grande entusiasmo, como eras tão fofo. Após termos feito um
anos de namoro compramos a meias aqueles dois anéis de prata com os
nossos nomes gravados neles.
Hoje ainda uso esse anel
apesar de ele
não estar mais aqui ao meu lado. As pequenas gotas da chuva que
começavam a caiam sentias no meu rosto, por isso abri o chapéu de
chuva, já não faltava muito para ir visitá-lo, para dizer a
verdade já estava á porta do cemitério é a primeira vez que venho
aqui desde a morte dele.
Lembro-me que foi num dia
como este, que tudo desmoronou-se para nós os dois. Foi aquele
maldito carro branco que não parou no sinal, quando este ficou
vermelho para ele. A única que vi depois do choque foi ele
estendido ao meu lado, queria chama-lo, mas as palavras não saiam vi
a minha mão cheia de sangue, as pessoas curiosas que passavam pela
rua aproximavam-se bem como as ambulâncias. Nesse momento perdi a
consciência e só dias depois já no hospital é que acordei, foi o
médico que explicou-me o que tinha acontecido. Ele também delegou
que teria de fazer fisioterapia, porque a pancada que tinha levado
nas pernas danificou-as um pouco.
Ainda perguntei-lhe por ele
para saber como estava, aquela expressão pesada que o médico fez,
nunca esqueci até hoje. Foi nesse dia que os nossos sonhos e
projectos futuros que tínhamos simplesmente acabaram ali naquele
hospital.
O médico dá-me seus
sentimentos, é claro que não acreditei nas palavras dele, e o que
fiz logo em seguida foi sair da cama é claro que fui direito ao
chão, porque as pernas não respondiam-me, então arrastei-me até á
porta do meu quarto chamando pelo teu
nome com as lágrimas a caírem-me do rosto. É claro que o médico
chamou logo as enfermeiras e deu-me um calmante depois de estar na
cama.
Desde esse dia nunca mais fui
a mesma pessoa, hoje em dia ainda sinto pequeno vazio no interior do
meu corpo. Os dias que passei no hospital pareciam uma eternidade,
porque só deixavam-me sair de lá quando conseguisse andar foi por
isso que não consegui ir ao teu
funeral. Várias noites as lágrimas viram-me aos olhos no quarto do
hospital antes de sair de lá.
Inúmeras vezes perguntei a
mim mesmo porque deus levou-te a ti e não aos dois. O teu
nome escrito na
campa, fez-me lembrar de como tenho saudades do teu
toque bem como dos teus
beijos, e não sei
se conseguirei continuar assim por mais tempo neste mundo.....
– Meu jovem, o que se
passa? Estás bem? – Diz um velho homem a limpar a campa ao lado da
dele.
– Mais ou menos. – Com
uma voz baixa.
– Foi alguém importante
que perdes-te? – Olhando para o nome da campa.
– Sim, muito importante.
– Estou haver. –
Continuando a limpar a campa ao lado da dele. – Já faz algum tempo
que também perdi a minha mulher. – Olhando para campa com ligeiro
sorriso triste nos lábios. – Ela sempre foi uma aventureira ao
contrario de mim, penso que foi isso que nos uniu.
– Estou haver. Uma das
coisas que gostava muito nele era o riso angelical dele. – Olhando
para campa dele com os olhos semicerrados. – Mas este vazio que
permanece....é algo tão sofredor....
– Compreendo o que queres
dizer... – Olhando para mim. – A minha mulher sempre disse-me
para continuar a ser feliz, mesmo se algum dia não estivesse aqui
comigo. – Suspirando. – È mais fácil falar do que fazer, mas
mesmo assim ainda hoje estou a trabalhar nisso.
– Hum...Como fez? –
Intrigado.
– Simplesmente deixei-a a
ir. – Olhando para mim.
– Deixou-a a ir? –
Surpreendido com a sua resposta.
– Sim, não nos adiante
estarmos sempre a viver num passado que já não vai voltar e que já
não podemos modificar, porque única coisa que esse passado pode
dar-nos é apenas as lembranças e as recordações que fez-mos. Eu
não estou a dizer que recordar ou lembrar é algo mau, mas apenas
devíamos “fechar” a porta do passado e olhar para a porta do
presente, para assim podermos abrir a porta do futuro.
– Compreendo.
– Nunca é tarde para
recomeçar de novo para ser feliz novamente. – Sorrindo-se para
mim. – A única coisa que tens de fazer é deixa-lo ir, mas isso só
tu o podes fazer.
Nada disse apenas fiquei
pensativo. O velho homem afasta-se de mim despedindo-se. As coisas
que ele disse tinham algum sentido, por mais que chore, por mais que
lamente a morte dele,
ele
nunca mais vai voltar ao mundo dos vivos.
Agora lembro-me que houve uma
vez ele
disse-me que a minha felicidade era também sua felicidade. E o que
tenho feito até agora não tem contribuído muito para a felicidade
dos dois.
– Desculpa-me, - Olhando
para a campa. - O que tenho feito até agora tem sido uma idiotice,
verdade? De certeza se esteve-se aqui dirás que estava a ser um
grande parvo, verdade? – Rindo-me. – Não existe mal em
recordar-te de vez enquanto, verdade? – Tirando o anel dele do meu
bolso. – Esta na hora de deixar-te ir, verdade? – Dando um
pequeno beijo no anel dele com as lágrimas a caírem-me dos olhos. –
E erguer a cabeça para o futuro que me espera, verdade?
Poisei o anel na campa dele e
depois o meu que levava no dedo. O céu aclarava um pouco e o sol
quis iluminar um pouco o ambiente, fechei o meu chapéu de chuva e
olhei para céu azulado, a pequena brisa que pairava no ar fez dançar
o meu cabelo um pouco. O som do leve vento que tocava nas folhas das
arvores era agradável.
– Obrigada Hiro. – Diz
uma leve voz masculina.
Nesse mesmo instante olhei
para o meu lado direito, não acreditava no que os meus olhos
amostravam, era ele
esboçando aquele sorriso angelical para mim. Nada disse apenas
retribui-lhe com meu sorriso. E pouco tempo depois ele
desaparece subtilmente.
Volto a olhar outra vez para
céu azul e aquele vazio que sentia de certa forma diminui
ligeiramente. Talvez era isto que precisava de fazer.
Aquele dias cinzentos que
costumava pintar o céu, talvez agora tornem-se mais coloridos, com
este novo recomeço.
“Acabou...mas não
estou triste, estou feliz, pois aconteceu e tenho esperança de um
novo recomeço.”