sexta-feira, 6 de abril de 2012

CAP 06 - Between Reason and The Heart


Não consegui dormir a noite toda, na tenda olhava para as minhas mãos pois ainda sentia o delicado corpo de Tsubaki nelas. Levantei-me antes de todos, cá fora o amanhecer era incrível, por alguns momentos parecia que tinha voltado outra vez para o mundo real pois era esta hora que acordava quando ia caçar, antes do surto, mas por pouco tempo pois o líder do grupo dos rapazes, já estava em movimento. É claro que achei estranho de ele estar já em movimento, observei-o atentamente o que ia fazer, mas ele apenas foi ao carro buscar algo e depois foi-se embora.

Tsubaki foi a terceira pessoa acordar, o sol já começava reconfortar o ambiente em seu redor. Ela espreguiçou durante algum tempo, começou a falar com líder durante algum tempo. Pela expressão facial dela pode dizer que foi algo de bom.

Ela vê-me e acena-me com sorriso.

  – Bom dia Daryl. – Aproximando-se de mim.

  – Bom dia.

  – Bem nem imaginas o que aconteceu ontem depois de chegar a casa, um dos meus amigos veio ter comigo muito preocupado com a ferida de Theo, isto porque ela não queria estancar - Rindo-se.

  – Hum.....

  – Mas no final lá consegui. – Satisfeita. 

  – Pensas-te naquilo que te disse?

  – O quê?

  – De partires com o teu grupo daqui.

Ela suspirou.

  – Desculpa-me Daryl eu sei que preocupas-te comigo, mas nós não vamos a lado nenhum.

  – Ele não é de confiança. – Insistindo.

  – Outra vez essa conversa. – Um pouco chateada. – Porque não dás uma oportunidade ao Lois? Por que não vais falar com ele, para o conheceres melhor? – Sugerindo.

Nesse momento Lois chama Tsubaki interrompendo a nossa conversa.

  – Queria saber qual destes dois medicamentos é para as dores de cabeça? – Amostrando-lhe.

  – É este aqui, o azul.

  – Obrigada, Tsubaki.

Vi Lois a passar ligeiramente a mão no cabelo dela, a ira invadiu-me o meu corpo de tal maneira, que não consegui deter-me.

  – Não lhe toques. – Agarrando-lhe o pulso, num tom alto.

  – Que estás a fazer Daryl? – Olhando para mim.

  – Meu, mas que bicho te mordeu? – Não percebendo a minha reacção.

  – Daryl, pára com isso. – Agarrando-me a minha mão ficando entre nós dois.

  – Não estás haver o que se está a passar aqui? – Serio.- Ele já começou a pôr o seu plano em marcha.

  – DARYL!!!

  – Ele quer apoderar-se do vosso grupo, - Olhando friamente.- mas para isso teve de eliminar Jiro.

  – Ei!!! Calma lá!!!! Estás a fazer acusações muito graves, e ainda por cima sem provas. – Um pouco irritado.

  – Daryl, Lois tem razão. Como podes ter essa certeza? – Começando a ficar zangada comigo.

  – Basta apenas olhar para ele e o seu grupo. – Dando um passo em direcção a Lois, agarrando-lhe pelo colarinho.

  – Pára com isso Daryl, JÁ CHEGA!!!! – Empurrando-me para trás.

  – Hum... – Bufando. - Como queiras. – Soltando-o.

  – Meu, afinal o que se passa contigo? Estás com ciúmes ou quê? – Com a mão no pescoço.
Afastei-me deles, voltando-lhe costas.

  – Daryl...espera.... – Chamando-me.

  – Não vale a pena, Tsubaki deixa-o ir. Alias ele nunca fez intenção de fazer parte deste grupo e agora quer separa-lo com acusações sem fundamento.

Regressei para junto de Merle que já estava acordado.

  – Como é bom acordar com a discussões dos outros – Rindo-se.

  – Vou já preparar as coisas para amanhã. – Num tom zangado.

  – É pá!!! Acordas-te com os pés de fora ou quê?

Nada disse apenas continuei a arrumar as minhas coisas. Algum tempo depois Tsubaki aproxima-se de nós.

  – Daryl, podemos falar? – Com os olhos semicerrados.

  – Penso que já falamos tudo, não? – Agressivo para ela.

  – Por favor...

  – Bem eu ver se as senhoras já se levantara-se para o nosso ultimo treino. – Indo-se embora.

  – Daryl, por favor explica-me que cena foi aquela, afinal?

Não respondi-lhe. O silencio pôs-se entre nós.

  – Não dizes nada... – Ainda á espera da minha resposta.

  – O que queiras que diga, que não suporto ver aquele tipo á tua volta e...

Ela olha-me surpreendida, mas ao mesmo tempo desapontada com a minha atitude infantil com os braços cruzados.

  –.... que acreditas mais nele do que em mim. – Olhando-a serio. – Mas afinal em que lado estás?

  – Eu não estou no lado de ninguém, - Descruzando os braços. – e também acho que a violência não leva a lado nenhum.

  – Ok, mas deixa-me lembra-te de uma coisa , as consequências que acontecer no futuro a culpa será tua.

  – Se vais começar outra vez, com a mesma conversa vou me embora.

  – Como querias, por mim é indiferente. – Desprezando-a totalmente a sua presença. - Já agora, se fosse Jiro a pedir-te para ires embora, tu iria?

De súbito a expressão facial de Tsubaki fica um pouco mais pesada e pensativa.

  – Eu....- Semicerrando os olhos.

Senti-me um pouco mal pela pergunta que lhe fizera pois ela ainda estava em luto, mas ela tinha de perceber que eu apenas estou preocupado com seu bem estar.

  – O que fazias? – Sendo um pouco frio.

  – Acho que devia dar uma oportunidade a eles.

Sorri-me pois não acreditava na resposta tão ingénua dela.

  – Tu não fazer a mínima ideia, o que poderá acontecer ao teu grupo, se avançar com essa decisão. – Num tom serio. – Nem todas as pessoas são iguais ás que tens no teu grupo, muitos de nós mudam para pior. Eles não são exceção.

Tsubaki nada disse apenas agarrou as suas mãos. Dei um suspiro profundo.

  – Eu apenas quero que percebas, que preocupe-mo contigo e não quero que a aconteça nada de mal, depois da minha partida. – Aproximando-me dela poisando a minha mão no seu rosto, com os olhos semicerrados.

O que fazia não estava certo, era suposto afastar-me dela, mas era mais forte que eu. Eu queria tê-la junto de mim, nos meus braços. Tsubaki olha-me, acaricio ligeiramente rosto dela, olhar penetrante dela fez com que semicerra-se ainda mais os olhos. O curto espaço entre os nossos lábios diminuíam a cada segundo, mas no ultimo momento desisti de prosseguir, simplesmente retirei a mão do rosto dela virando-me para o lado.

  – É melhores ires embora.

É melhor ser assim.

  – Porque não o fizeste? – Surpreendida com a minha reação.

  – Não está certo.

  – Não compreendendo o que estás a dizer...

Suspirei.

  – Isto nunca devia ter acontecido, foi um erro.

 – Então porque abraçaste-me ontem? Porque não ignoraste-me simplesmente? – Seria.
Fiz silencio.

  – É porque tu também tens sentimentos por mim, não é? – A espera que eu responde-se. - Mas não o admites por causa do teu irmão, é isso não é?

Olhei para ela, com algum sofrimento.

  – Eu compreendo que escolhas a ele, e também compreendo o porquê de estares a agir assim.

Posei o meu olhar sobre o chão.

  – Tu também não queres sofrer com está despedida.

  – É melhor ires.

Tsubaki nesse momento aproxima-se de mim, beijando-me suavemente o canto dos lábios por duas vezes, como gostava de responde-lhe ao beijo, o leve e doce aroma era cada vez mais gostoso.

  – Pára. – Afastando-a de mim impedido-a de continuar. – Acredita que é melhor assim.
Semicerrou os olhos com ligeiro sorriso amargo.

  – Penso que as vezes deveríamos ouvir o que o nosso coração diz, nem sempre a razão é a resposta a tudo. – Com alguma tristeza, na voz.

O silencio abraçou-nos durante algum tempo. Foi Lois quem o quebrou.

  – Tsubaki, Theo precisa de ti agora. – Um pouco preocupado.

  – O que aconteceu?

  – Acho que ele fez algum movimento brusco e abriu a ferida novamente.

  – O quê?! – Preocupada.

Os dois corram para junto da casa, por breves momentos poisei o meu olhar em Lois e pensei, Será que fiz mal em julga-lo só pela aparência? Poderá ele ser uma boa pessoa? O tempo por si passou, nem muito de presa, nem muito devagar. Lois e Tsubaki conversavam cá fora, por vezes riam-se os dois.

Talvez Tsubaki tinha razão a seu respeito.

Afastei-me do nosso acampamento, fui para um sito isolado, lá sentei ao pé do tronco de uma árvore encostando a minha cabeça nela, passava as minhas mãos pelo meu rosto e cabelo a pensar seriamente o que iria fazer. Se voltaria á minha vida antiga ou ficaria com a pessoa de quem gosto e desejo. Seguir a razão ou seguir o coração. Suspirei enquanto observava o entardecer a pintar a paisagem.

Voltei as nossas tendas, Merle já estava junto á fogueira. O grupo de Tsubaki também estava de volta da fogueira, por vezes ela olhava-me com os olhos semicerrados. Mesmo que eu não quisesse admitir a mim mesmo já estava a provar um pouco do sofrimento.

  – Já preparas-te todas as coisas para o grande dia?

  – Sim. – Num tom baixo.

  – Mas o que se passa, não estás feliz por voltares á nossa antiga vida?

  – Sim, estou claro. – Olhando para as minhas mãos.

Merle encolhe os ombros, e entra na sua tenda. A brisa noturna, era agradável, depois de todos irem-se deitar eu ainda estava de volta da fogueira, retiro a pequena flor do meu bolso que Tsubaki tinha-me dado, cheirei-a, como ela agradável, por longos minutos observava fixamente. Pergunto-me se este é o caminho mais acertado em seguir.....
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