sexta-feira, 6 de abril de 2012

CAP 04 - New Survivors

Acordei lentamente, ao meu redor nada reconheci. Aonde estaria? Vi Tsubaki sentada numa cadeira com o queixo apoiado na mão com cotovelo a fazer de suporte. O cabelo liso dela dançava suavemente com o vento. Isto seria um sonho?

  – Tsubaki? – Num tom baixo.

  – Daryl?! – Levantando-se até mim. – Como te sentes? Tens alguma dor?

  – Não.

  – Fiquei muito preocupada, pensava que não voltarias acordar mais, depois de teres desmaiado. – Pondo a sua mão em cima da minha.

  – A quanto tempo, estou aqui?

  – Mais ou menos há três dias.

  – A serio?! – Surpreendido.

  – Sim de verdade. – Rindo-se. – Jiro deve estar quase a vir para ver-te.

  – Jiro?

  – Sim meu ex-noivo, já tinha falado dele, não?

Por algum motivo senti uma leve ira dentro de mim.

  – Sim claro. – Retirando a minha mão debaixo da dela.

  – Pode-se? – Diz um homem há porta com traços asiáticos com cabelo curto de cor castanha, o olhar dele era semicerrado e um pouco serio.

  – Sim entra, Daryl já acordou. – Ajudando-o a trazer as coisas.

  – Prazer em conhecer Daryl. – Dando-me um pequeno sorriso. – Fico muito agradecido por teres a salvo e trazido até aqui em segurança. – Fazendo uma pequena vénia.

Nada disse apenas acenei a cabeça.

  – Vamos haver como está a tua ferida.

Viro-me para o meu lado direito ficando de costas para eles.

  – Não te preocupes seremos breves. – Diz Tsubaki.

Eles os dois começaram a falar japonês, é claro que não percebe nada, mas pelo seu tom de voz percebi-me que estava tudo bem.

  – Mais uns três ou quatro dias estarás bom. – Diz Jiro dando-me uns últimos toques.

  – Hum, ok... Aonde está Merle?

  – Deve estar ao pé das vossas tendas. – Diz Tsubaki. – Vou chama-lo. – Saindo do quarto.

 – Ela é sempre assim, preocupa-se sempre com o bem estar dos outros. – Olhando para chão com ligeiro sorriso nos lábios.

Vi que a expressão dele tinha tornado-se ligeiramente um pouco mais pesada é como se estive-se lembrado de algo ou com receio.

  – Pergunto-me se isto é o castigo de deus? – Continuando a olhar para o chão. – De qualquer forma já é tarde de mais para estarmos a lamentar-nos do que aconteceu. – Suspirando. – Bem, vou-me embora gostei de conhecer-te. – Arrumando as coisas para ir-se embora.

Admito que fiquei um pouco intrigado com a pergunta dele. Passado um bocado Merle entra no quarto.

  – Então, meu rapaz, São Pedro expulsou-te do paraíso? – Num tom irónico.

  – Nem por isso.

  – Então o que disse, o doutor chinoca? – Olhando pela janela.

  – Tenho que ficar aqui pelo menos três ou quatro dias antes de partir-mos.

  – Hum..., umas minis-ferias, até calham bem. – Contente. – Pareces um pouco tenso, não me digas que é por causa da miúda? – Olhando para mim. – Tiveste a tua oportunidade.

  – Tu sabes que eu não sou assim.

  – Claro que não, talvez porque herdaste a personalidade da mãe, e tornas-te numa rapariga sentimental. – Provocando-me. – A única coisa que importa agora é sairmos daqui o mais rápido e regressar-mos á nossa vida antiga. Nós não pertencemos aqui. –Olhando serio para mim.

Nós aprendemos que a lei do mais forte para sobreviver neste inferno é o que sobre põe-se a todas as outras.

  – Merle, ainda bem que ainda estás aqui. – Diz Tsubaki a entrar no quarto. – Queria pedir-te um favor.

  – Qual é? – Não muito interessando.

  – Será que podias ensinar ás minhas amigas um pouco sobre a batalha de campo?

  – Hum...

  – Posso pagar-te com mantimentos ou munições.

  – Ok, combinado. – Sorridente.

  – Elas estão lá em baixo á tua espera.

Merle sai do quarto.

  – Vocês são quantos afinal?

  – Deixa-me ver... – Pensando. – Sou eu, Jiro...três....quatro. Somo nove no total. Nós damos abrigo aos sobreviventes que aparecem ou queiram juntar-se a nós.

  – Hum...estou haver.

  – Sabias que existe um lugar, aonde não existe infetados e a onde há mantimentos para todos nós.

  – Interessante o que dizes.

  – Foi uma das minhas amigas que disse-nos, fica em Atlanta. Já imaginas-te podermos voltar as nossas vidas outra vez. – Puxando a cadeira até mim, sentando-se. – O nosso grupo esta pensar em ir lá, mas – Rindo-se. – como vês, nós mulheres ainda não estamos muito bem preparadas para isso.

  – E achas que vão estar a tempo?

  – Talvez elas sim, mas eu....receio que não esteja. – Apertando as suas mãos.

  – Porque dizes isso?

  – Sabes a minha mãe... – Um pouco hesitante.- ela, não morreu por causa natural ela foi.... – Pausando. - ....assassinada pelo meu pai a sangue frio, pois pensava que ela andava atrai-lo. E eu assisti a tudo quando tinha dez anos. – Franzindo o sobrolho. – Por isso sempre que ouço o som de disparo vindo de qualquer arma simplesmente bloqueio, acho que de alguma maneira traumatizou-me, mas estou atentar ultrapassar isso. – Olhando para mim. - Desde desse dia cada vez que vinha da escola, as lágrimas vinham sempre aos olhos. – Com sorriso amargo. – Porque era com ela que contava tudo e mais alguma coisa.

  – Hum.... – Semicerrando os olhos.

  – E tu tens saudades da tua mãe? – Pergunta Tsubaki.

  – Sim algumas, era com ela quem desabafava tudo o que me preocupava. Ela foi vitima de violência domestica por parte do meu pai.

  – Oh... – Espantada.

  – Numa tarde após vir da escola, a minha mãe normalmente encontrava-se sempre no quarto, por isso fui ter com ela, para saudá-la. Mas.... – Ficando serio. – foi nesse dia em que abri a porta do seu quarto e via a baloiçar de um lado para o outro com uma corda ao redor do seu pescoço.

  – Meu deus.

  – Fique sem reação, naquele dia, ainda belisquei-me para ver se era verdade, o que se tinha passado. – Olhando para o tecto. – Nunca mais fui o mesmo.

Tsubaki agarra-me na minha mão com gentileza.

  – Sabes uma coisa Daryl, apesar de aparentares ser um homem duro e por vezes um pouco brusco, não vejo-te como má pessoa de todo.

Olhei-a sem dizer nada.

  – De verdade - Sorrindo-se.

  – Se o dizes. – Dando um pequeno sorriso.

  – Queres comer algo? Eu preparo.

  – Obrigada, mas não tenho fome.

  – Mas Daryl tens de comer, o teu corpo precisa. – Um pouco preocupada. – Nem mesmo um snack. – Amostrando-me.

  – Ok, vences-te. – Aceitando o snack.

  – Não me arrependo de ter conhecido. – Num tom baixo.

Surpreendi-me com a sua honestidade.

  – Como conheces-te Jiro? – Com certa curiosidade.

  – Foi na secundaria, para dizer a verdade éramos cão e gato. – Rindo-se. Os três anos da secundaria ficamos sempre na mesma turma. E depois... – Semicerrando os olhos com alguma nostalgia. – numa visita de estudo, nós perdemo-nos num bosque e ai vimos que não éramos assim tão diferentes um do outro. – Dando um pequeno riso. – E depois tempo fez o resto, ainda namoramos alguns anos, até ficamos noivos, mas depois do surto, Jiro simplesmente mudou, de personalidade, não estou a dizer que seja violento comigo nada disso, mas apenas tornou-se um pouco mais inseguro e amargurado e agora somos só bons amigos.

  – Hum...

  – E tu também tens alguém que gostes ou gostasses?

Por algum motivo o meu coração acelerou um pouco com a pergunta dela, que estranho pergunto-me o porque de ter acelerado.

  – Então vais dizer-me ou vais deixar-me na expectativa? – Insistindo.

  – Nem por isso, aliás não tenho grande coisa a contar. Ela deixou-me após ter descoberto que a tinha traído. Arrependo-me de tê-lo feito, mas é tarde de mais para estar a lamentar-me de algo que aconteceu á anos. – Rindo-me.

  – Talvez a melhor maneira para emendas-te é não fazeres o mesmo erro, quando encontrares a tal pessoa especial, não achas?

  – Talvez tenhas razão.

  – Posso? – Diz Jiro abater á porta.

  – Sim claro.

Os dois começaram a falar em japonês, é claro que mais uma vez não percebi nada do que diziam, mas pelas expressões dos seus rostos, não parecia ser algo grave.

  – Jiro-san!!! – Chama uma voz feminina vindo de lá fora.

Ele aproxima-se da janela.

  – Eles estão de volta. Parece que encontraram mais sobreviventes.

Jiro e Tsubaki saem do quarto, enquanto Merle entra nele.

  – O que se passa? – Disse confuso.

  – Talvez o inicio de problemas quem sabe.

  – Problemas? – Não percebendo.

  – Sim. – Olhando pela janela serio.

Levantei-me com cautela sem esforçar-me muito, olhei pela janela os quatro rapazes que vinham a sair do carro, deixavam muito a desejar, não só pela sua roupa mas também pela sua postura. Apareceu-me ver alguma malícia nos seus olhos, mas posso estar a julga-los mal logo á partida. Mas das coisas que já vi desde do começo da exterminação da raça humana, o meu instinto de alerta, quase nunca falha.
  
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