quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Capitulo 01

O meu nome é Claire Ruah e estou a frequentar o segundo ano do curso medicina na faculdade. A minha mãe é médica e foi desde o dia em que a vi em ação, que achei incrível o que ela fazia. A calma com que ela executava foi tudo era surreal. É devido à ela que estou a tirar este curso.

Eu gosto de turmas sossegadas e este ano é algo de que não me posso queixar. Estamos actualmente na primavera e o dia de hoje está luminoso. O Bryan esperava-me no portão enquanto olhava para as pequenas pétalas de sakura que se acumulavam no chão. É o meu namorado desde o segundo ano da secundária. Tem cabelo curto castanho claro e uns lindos olhos verdes claros. Actualmente frequenta a faculdade de engenharia informática aonde todas as raparigas o cobiçam.

O Bryan contou-me num dia que teve um caso pouco sério com uma caloria à cerca de cinco anos atrás. Isso aconteceu numa ida a um bar com uns amigos e por coincidência encontrou ela. Enquanto bebiam uns copos esteve a desabafar com ela acerca do trabalho dele. Segundo o que me disse, ela seduziu-o, aproveitando-se dele e os dois passaram a noite num hotel. De manhã Bryan caio na realidade e arrepende-se do sucedido.

Desde esse dia nós os dois ficamos um pouco mais distantes, aquela chama intensa que costumávamos a ter na nossa relação ficou um pouco mais extinta, mas estamos a trabalhar para recupera-la de novo.

Ultimamente por causa dos trabalhos da faculdade e dos turnos do meu part-time já que trabalho como empregada de mesa num restaurante muito conhecido por estás bandas, deixamos de estar juntos por varias semanas, mas hoje conseguimos arranjar algum tempo para nós, como já tinha saudades. Fomos ao cinema ver um filme de terror, para podermos agarrar-nos um ao outro, para compensação aquelas longas semanas que tivemos longe um do outro. Depois fomos jantamos num restaurante de comida rápida, Bryan sabia o quanto adoro pizza, seja ela com massa fofa ou até mesmo com qualquer ingrediente que eu como. Uma das coisa que ele adora em mim é ver-me com sorriso nos lábios, cá fora ele tomou a iniciativa de pegar-me na mão, é uma das coisa que adoro nele, bem como os abraços calorosos dele quando sinto mais frio, já para dos beijos dele.

Como gostava de ficar assim para sempre com ele, mas o tempo não é algo que se possa parar por mais que queiramos, e por causa disso o nosso encontro já caminhava para o final.

Na próxima semana começam os exames o que querer dizer que termos menos probabilidade de nós ver outra vez assim como hoje. Mas não importo muito pois nós os dois mandamos sempre uma mensagem de boa noite um ao outro pelo telemóvel antes de deitar-nos.

Bryan pelo caminho da minha casa perguntava-me como ia os meus treinos de natação.

– Vão bem, há duas semanas atrás conheci bater o meu recorde pessoal. - Contente pelo meu esforço.

Pelo menos três vezes por semana depois das aulas vou treinar natação, com clube feminino da faculdade, é nessas alturas que consigo relaxar por completo da faculdade e do meu part-time. Desde pequena que pratico natação e foi graças ao meu pai que insistiu tanto comigo para não desistir, já entrei em competições quando andava na secundária, mas agora faço só por gosto as vezes quando estou mais tensa venho nadar fora dos dias de treino para libertar a tensão mais acumulada em mim, o que gosto mais é flutuar sobre a agua faz com que a minha mente vai-a para outro sitio por momentos.

– Isso é ótimo.

– A treinadora perguntou-me se este ano iria entrar em competições, eu respondi-lhe que não de novo. É claro que ela ficou um pouco dececionada com a minha resposta, mas não importo.

– Estou haver.

A escassos metro da minha casa eu o Bryan vi-mos um grupo de três rapazes acercarem um outro rapaz com alguma agressividade. Eles davam-lhe chapadas no rosto dele com alguma violência, bem como pontapés. Eu quis intervir mas Brayan impediu-me, dizendo-me que era demasiado perigo em envolver-nos, por isso esperamos que eles acabassem para depois aproximar-nos dele.

O rapaz ainda estava consciente apesar das várias feridas no rosto dele, pelo aspeto rebelde dele Brayan não o aprovou-o de todo.

– Talvez é melhor irmos embora, não se sabe se aqueles tipos voltam outra vez.

– Mas Bryan, não podemos deixa-lo aqui assim neste estado. - Não concordando com atitude dele. - Se não quiseres ajudar não ajudes, mas eu vou ajuda-lo.

– Ok. - Suspirando, por ter apercebido que estava a ser um pouco infantil. - Vá eu ajudo-te.

– Obrigada. - Com sorriso para ele.

No meu pequeno apartamento Bryan ajudou-me a deita-lo sobre o sofá já que ele tinha adormecido pelo caminho. Fui há casa de banho buscar os primeiros socorros para tratar dele, enquanto Brayan foi buscar uma maça para comer. O cabelo dele é liso de cor castanho escuro um pouco despenteado, afastava a franja dos olhos dele, tinha alguma curiosidade em ver a cor dos olhos dele se eram de tons claros ou não, já que vestia um casaco com capucho de cor preta com uma camisola de tons castanhos escuros com uns jeans azuis claros com uma pequenas botas pretas calçadas, ele também tinha uma pequena cicatriz no olho direito de cima a baixo e ao que parece foi feita já algum tempo em comparação as da agora. De alguma forma as feições dele não eram-me estranhas, acho que já o vi antes, mas não tenho a certeza, talvez esteja confusa não sei.
Por vezes ele soltava um pequeno gemido cause inaudível, aonde doía-lhe mais com o desinfetante.

– Pergunto-me o que terá acontecido a ele. - Observando o rosto dele há procura de mais feridas.

– Acho melhor ficares na ignorância, Claire. - Olhando para rapaz com cara de poucos amigos dando uma trinca na maça.

– Mas, talvez há algo que possamos fazer por ele, não? - Arrumando os desinfetante na caixa.

– E já não achas que já estamos a fazer-lo? Primeiro ajudamos ele, segundo deixamo-lo ficar aqui e ainda achas que já não estamos a fazer, nada por ele? - Com os braços cruzados. - De qualquer forma eu vou passar aqui a noite contigo. - Determinado, trincado mais quatro vezes na maça.

Eu compreendo a preocupação do Bryan em relação ao rapaz, mas ele terá de confiar um pouquinho nele, só um pouquinho de nada, porque eu sei bem se ele passar aqui a noite vai chegar atrasado amanhã há faculdade sem duvida alguma e isso não quero.

– Por favor Bryan, peço que tenhas um pouquinho de confiança nele.

– Claire... - Suspirando, já terminado de comer a maça pondo-a no lixo.

– Eu apenas não quero que chegues atrasado as aulas. Tem um pouco de confiança.
Bryan esfrega a nuca ainda um pouco pensativo com a minha proposta.

– Ok ganhas-te eu vou, mas fica com telemóvel sempre ao pé de ti se houver imprevisto, ok?

– Sim não te preocupes.

Bryan deu-me as boas noites dando-me um prolongado beijo é claro que vi no olhar dele a preocupação pela minha segurança, mas acho que não precisava de preocupar-se tanto. Antes de deitar-me fui ver por uma ultima vez o rapaz e vi que ele encolhia-se todo com frio por isso fui buscar um cobertor ao meu quarto, tapei com cuidado para não o acordar. Ainda afastei um pouco o cabelo dele dos olhos dele para poder observar melhor o rosto dele, como tinha curiosidade de saber o que lhe aconteceu, mas ele entretanto mexeu-se ficando de costas para tv e eu afastei-me dele recuando um pouco, num tom baixo dei-lhe as boas noites com pequeno sorriso nos lábios. No meu quarto deitei-me e não demorou muito o sono em vir. O sonho que tive nessa noite foi algo estranho estava eu tentava alcançar a superfície desesperadamente, não sei porque motivo o fazia mas cada vez que tentava chegar há superfície começa a perder a consciência e a escuridão apoderar-se de mim. Em pensamentos pedia ajuda e estendia a mão para alguém tirar dali, os meu olhos começavam a fechar lentamente até que algo agarra-me o braço e puxa-me para fora da água. Não sei ao certo quem era mas abraçava-me firmemente, sei que olhava para mim, mas via o rosto dele desfocado e a única coisa que vi e que saiu-me mais há vista foi as longas asas pretas dele. Seria um anjo? Mas um anjo de asas negras? A única que disse a ele foi um simples “obrigada” e acordo lentamente com a claridade do sol a entrar no meu quarto. Na cozinha ouvia o tlintar da louça. Será que o ele já acordou? Levantei-me lentamente ainda meio ensonada até há cozinha e para minha surpresa no sofá só vi a camisola e casaco dele. Na bancada vi ele de costas para mim a tomar o pequeno almoço, reparei que tinha uma pequena tatuagem no lado direito não sei bem o que era por ser pequena.

– Dormis-te bem? - Na entrada da cozinha.

Ele vira-se para mim com olhar um pouco tenso, com um copo de leite na mão.

– Sim. - Em tom baixo.

Ele sem duvida tinha um bom porte atlético já para não falar dos olhos azuis claros dele que mais pareciam pequenos oceanos. Mais uma vez as feições dele não me eram estranhas. Será que nós encontramo-nos dantes? Não tenho a certeza de todo.

– Tiveste sorte em termos aparecidos para ajudar-te. - Sentando na mesa da cozinha. - Como te chamas? Eu sou a Claire. - Com um sorriso.

– És sempre assim com os desconhecidos que entram em tua casa? - Poisando o copo na bancada.

– Não, nem por isso. Normalmente os desconhecidos que conheço não são espancados há porta da minha casa quase inconscientes.

Ele dá um pequeno sorriso há minha resposta.

– Bem visto, sem dúvida. Ganhas-te. Eu sou Dylan Reece. - Indo para sala pegando na camisola para vesti-la.

– O que aconteceu na noite passado? Porque batiam-te aqueles tipos?

Ele nada respondeu ás minhas perguntas apenas vestiu o casaco depois de vestir a camisola.

– Então não vais dizer-me nada?

– Bem já disse, o meu nome, não é o suficiente? - Dando uns últimos retoques no casaco.

– Sim mas--

– Não te preocupes por mim eu sei tomar conta de mim. Alias eu tenho de ir embora. - Olhando para mim.

– O que estás a dizer? Mas ir onde? Tens de ir há policia reportar o que aconteceu-te. - Levantando da cadeira.

– Chegou a altura de nós despedir-mos. - Apertando o casaco pronto a sair de casa.

– O QUÊ?! Mas espera--

– Adeus Claire, quem se não voltemos a encontramos de novo. - Já com a porta aberta.

Nesse instante corri até a porta de principal chamando por ele, mas quanto olhei lá para fora nem sinal dele. Para onde terá ele ido? Será que ele esta metido em alguma coisa esquisita e é por isso que não quis dizer-me? Minutos depois de ter fechado a porta de casa o meu telemóvel toca era o Bryan.

– Estou?

– Então como passar-te a noite?

– Bem.

– Ótimo e o “intruso” ele ainda está ai? - Com serio.

– Bryan por favor não vais começar outra vez, pois não? - Um pouco chateada com ele.

– Ok, desculpa. Ele ainda está ai?

– Não ele foi logo embora assim que acordei sem dar-me alguma explicação, mas deu-me o nome dele Dylan Reece.

– Ainda bem que ele tomou a iniciativa de sair logo dai. A que horas tens aulas hoje?

– Ás 10:30.

– Hum...ok. Olha hoje não vai dar para nos encontrar, desculpa.

– Não faz mal eu também tenho que estudar para os exames.

– Beijo. - Desligando.

Desde o que aconteceu há dois anos acho que por vezes tratama-nos como dois estranhos, não tenho a certeza, mas é a sensação que tenho quando ouço a voz dele ao telefone desde então.

Tomei o pequeno almoço calmamente, bem como vesti-me sem pressas. No meu quarto arranjava a mala de natação, em principio talvez hoje vou treinar, mas ainda não tenho a certeza. Cá fora o sol era reconfortante, na sala de aula dei os bons dias aos meus colegas bem como eles a mim. As aulas da manhã bem como as da tarde correram normalmente.
Ainda bem que trouxe-se a mala da natação, hoje estou naqueles dias que me apetece flutuar sobre a agua bem como ouvir o som dela. Como de espera ninguém estava no pavilhão, apenas eu e som dá agua.

Fiz aquecimento durante vinte minutos antes de entrar na agua, depois disso entrei gradualmente na agua para o meu corpo ficar familiarizado com a temperatura da agua. Comecei por dar cinco voltas há piscina com descanso de dez minutos apôs terminar. Durante essa pausa flutuava sobre agua, e com ela recordava o meu sonho que tive. Quem seria? Seria alguém que conhecia? Ainda muito pensativa. Talvez não seja ninguém em concreto, que conheça, quem sabe. Mergulhando fundo na piscina, mas para minha surpresa sinto uma forte dor aguda no meu gemeo esquerdo. E por causa disso fiquei impossibilitada de chegar ao margem da piscina. Logo agora que tinha de dar-me uma cambria. Por mais que quisesse chegar há margem não consegui consequência disso estava a afogar-me.

As minhas forças começavam aceder, e por isso afundava-me mais para o fundo da piscina, aquele sonho agora era mais um deja vú.

Alguém que me ajude. Eu não quero morrer, ainda há coisa que quero fazer, sonhos por realizar. Elevando a minha mão para luz da superfície. Por favor alguém... Começando a fechar os olhos lentamente.

Vi uma sombra na borda, não sei ao certo o que era mas aproxima-se de mim, foi ela quem me puxou para superfície. A sombra apresentava umas longas asas negras. Será o anjo do meu sonho? 

Um anjo... - Num baixo.

Ele abraçava-me firmemente, vi que olhava para mim, senti algo quente acariciar-me o meu rosto delicadamente. Eu por mais que quisesse ver o rosto dele não consegui ver, porque desmaiei minutos depois de dele dizer que agora estava em segurança.

Foi no hospital que recuperei a minha consciência, ao lado encontrava-se Bryan segurando a minha mão.

– Bryan... - Num tom baixo.

– Clarie?! - Surpreendido. - Claire!!!! - Abraçando-me contente. - Graças a deus que acordas-te.

– O que aconteceu? Como vim parar? - Ainda meia confusa com tudo.

– Pelo que percebi ias afogando-te nas piscinas da tua faculdade, por causa de uma cambria que tiveste.

– Já me lembro, mas quem salvou-me? - Olhando para Bryan.

– Não fui quem salvou-te. - Levantando-se da cadeira um pouco chateado.

– Então quem foi? - Intrigada.

– Dylan Reece. - Olhando para mim de braços cruzados.

– Mas como? - Intrigada.

– Se quiseres podes perguntar isso a ele pessoalmente.

– Ele está aqui!!! - Surpreendida.

– Sim ele apenas foi lá fora fumar.

Passado algum tempo ele entra no meu quarto com o mesmo casaco que ontem aberto. Não liguei muito ao que trazia por baixo dele, já que ainda estou muito surpreendida por ele ter-me salvo.

– Ai tens, se quiseres podes pergunta-lhe todo. - Um pouco brusco para ele.

– Bryan por favor!!! Podes ser um pouco mais gentil para com ele? - Olhando para ele um pouco irritada com ele. - Não te esqueças que fui ele quem me salvou, alias eu estou em divida para com ele. - Agora olhando para Dylan.

– Não é preciso estares. - Com as mãos dentro do casaco com olhos semicerrados para mim.

– Mas..

– Bem eu vou comer algo, já venho. - Bryan a sair do quarto.

– Pelo que vejo estás bem, acho que não sou mais preciso aqui. - Voltando-me as costas. - As melhoras.

– O que aconteceu ontem foi um deja vú que tive.

Ele detêm-se e volta-se para mim de novo com os olhos semicerrados.

– No sonho que tive foi um anjo de asas negras quem salvou-me.

– Um anjo, hum...

– Sim e--

– E achas que eu sou esse anjo de asas negras?

– Sim, não....talvez. O que quero dizer é que estou muito agradecida por teres salvo-me. - 
Com largo sorriso.

– Não tens de quê.

– Mas há uma coisa que não percebo, como sabias que eu estava em perigo? - De novo intrigada.

– Hum boa pergunta. - Pensativo. - Talvez intuição, não? - Rindo-se.

– Por favor... - Seria para ele. - Eu quero saber.

Ele aproximou o rosto dele de mim, deixando um espaço consideravam entre nós.

– Apenas soube. - De novo com olhar semicerrado.

– Mas--

– Shiuu... - Pondo o indicador nos meus lábios não deixando terminar a frase. - Quando precisares novamente de mim, chama-me, e eu estarei lá ao pé de ti. Como ontem. - Retirando o indicador dos meus lábios e afastando-se de mim.

Naquele momento fiquei sem resposta para dar a ele, e Bryan entra no quarto bebendo uma bebida gasificada qualquer.

– Ainda bem que já vieste, estava agora a despedir-me da Claire.

– Ai sim? - Sem muito interesse no que dizia.

– Sim. Então vemo-nos por ia Bryan. - Saindo do meu quarto.

Bryan nada diz a ele quando saio. Por algum motivo o meu batimento cardíaco estava acelerado.

– Estás bem Claire? Estás um pouco vermelha. - Intrigado.

– Sim eu estou bem, não te preocupes, a serio. - Rindo-me.

– Ok se o dizes, eu acredito. Há é verdade no corredor vi o médico e ele disse-me que amanhã tinhas altas.

– Que bom.

– Mas eu não poderei vir buscar-te por causa das aulas e do trabalho, desculpa-me.

– Não faz, eu compreendo. - Um pouco dececionada com a resposta dele.

Uma hora depois a enfermeira avisa as visitas que a hora delas tinha acabado e elas foram-se embora, Bryan dá-me um beijo na testa de modo a despedir-se de mim. O jantar do hospital como se sabe é péssimo mas come-se, a hora de dormir não tardou em vir e com ela o silencio invadiu o hospital por inteiro, onde apenas ouvia-se o respirar inaudível dos doentes. Mais uma vez voltei a pensar no que Dylan disse-me antes adormecer por completo. As palavras dele já ouvi em algum lugar, mas onde?
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